sábado, 4 de março de 2017

Sonhei contigo, Cariño

Sonhei contigo, Cariño
Vieste doutro Multiverso
Por certo e ficaste tão perto
Belisquei-me para saber-te real
Neste meu Universo de padeceres
Desencantado e troncho

Vieste para ficar, bem o sei
Pois trazias contigo teu cão
E teu coração doente exposto
Trouxeste-me ramalhetes de rosas
Roubadas do meu jardim
Que há anos deixei de cultivar
Mas, ao me beliscar
Machuquei-me tanto
Que, miseravelmente, acordei
Mas, como pode, estavas aqui
Conversaste comigo, sorriste
E dividiste o mesmo travesseiro?
Na escuridão, apanhei os óculos
Olhei para o relógio, madrugada
E do meu lado, tu não estavas.
Esvaneceste em ais, Cariño
Foste em fumaça, diáfana
Pelas veredas atemporais.

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