quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Canção dos bytes


Este poeminha temporão
Sairia de dentro da caneta
Mas, o azul da tinta aviza:
- Rabiscarei nada não!

Pobre poeta,
Que tem que domar
Um poema revoltado,
A caneta que não escreve
E apelar para o teclado.

Deus salve o Século XXI
Que nos deu tecnologia
Para escrever
Com as pontas do dedos
Tudo que vai na caneta vazia.

Agora minha palavra
É um aglomerado de elétrons
Na tela do computador.

E minhas memórias
Se gravam em bytes,
Um Giga de horror.

Salve, santa tecnologia!
Pois, pode nos faltar a tinta,
Que nos falte a caneta,
A veterana ponta do lápis,
Mas, pelo amor do bem sagrado,
Que nuca nos falte a dita,
Da nova técnica o agrado,
A sacrobendita eletricidade.

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