"Este menino é sinistro"
- Esquerdo, para que melhor entendam -,
Disse a velha benzedeira
A sacudir os ramos de arruda e alecrim.
E desde então carrego esta sina
De ser amigo do contrário,
De escrever ao contrário,
De pensar ao contrário,
De querer um mundo contrário.
Do direito sou o avesso
E do avesso a vida faço.
Trago no peito desejos miúdos,
Vontades mudas:
Quero do mar a tempestade
Da onda alegre a vaga triste
E no coração sentir
A intensidade da vida
Até no mais puro silêncio.
Trago isso nas mãos calejadas pelos adeuses,
No rosto, escrito no franzir da testa:
Não há um mundo o direito e o completo
Porque nele tudo se faz torto e metade;
Por isso, sou canhoto por inteiro
Porque sinistro é meu coração, confesso.
- Esquerdo, para que melhor entendam -,
Disse a velha benzedeira
A sacudir os ramos de arruda e alecrim.
E desde então carrego esta sina
De ser amigo do contrário,
De escrever ao contrário,
De pensar ao contrário,
De querer um mundo contrário.
Do direito sou o avesso
E do avesso a vida faço.
Trago no peito desejos miúdos,
Vontades mudas:
Quero do mar a tempestade
Da onda alegre a vaga triste
E no coração sentir
A intensidade da vida
Até no mais puro silêncio.
Trago isso nas mãos calejadas pelos adeuses,
No rosto, escrito no franzir da testa:
Não há um mundo o direito e o completo
Porque nele tudo se faz torto e metade;
Por isso, sou canhoto por inteiro
Porque sinistro é meu coração, confesso.
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