Rio de quem se faz ontem.
O ontem já não é mais.
Rio de que se faz amanhã.
O amanhã ainda não é.
O primeiro é o desfeito,
O segundo vai se fazer.
Por isso, sou o agora,
A hora que me fez e que eu faço.
Pois só existo
Neste mínimo
Minúsculo instante.
O ontem é a somatória
Desses mínimos.
É apenas uma conta
Que deve ser atualizada
Nas memórias,
Nas tábuas d'alma.
O amanhã é a conta
De fazer chegar.
O hoje, nesta agora-hora,
É o eu antigo somado a eu:
O que foi e mais este tempo
Subtraído do que será.
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