quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Neandertal cibernético

Absolutamente não.
Não é preciso navegar até as Galápagos
Para entender a evolução
Que nos determinou esta incrível
Vocação para a violência.

Temos no sangue o mesmo rubro ferro
Que corria nas veias dos neandertais.
Por isso, pensamos a cibernética
Enquanto acalentamos monstruosidades.

Brutos deuses de nosso tempo,
afetos à loucura, somos capazes de matar
Em guerras, em disputas por território,
Por comida e por outros torpes motivos
Que envolvem até mesmo a falta de motivo.

- Quer coisa mais primitiva do que isso?!? -
Matamos, ferimos e trucidamos
Até mesmo outros corações desejados.
Podemos matar o que nos apaixona!

A racionalidade não nos suprimiu
A passionalidade, o amor de morte,
Este desejo de ter o impossível,
E matar por desejar é nossa alucinação divina.

Verdadeiramente não.
Não é preciso ver as tartarugas-das-Galápagos
Para saber que o verdadeiro amor
Só atingirá o coração dos homens
A passos pesados marcados por absurda lentidão.

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