Vieste com o vento,
Num final de tarde,
Cheia de flores amarelas
A te enfeitar os cabelos.
É, vieste com o vento
Soprado em branda brisa.
Deste-me, depois, um beijo leve
A pedir-me breve amparo
Neste voar constante da vida.
(Amparei-te - estava só -
Por que não te dar o braço?
No conhecer do adeus somos esquecidos)
Cômodo, inerte e preso
Guardo-te, muda rouxinol,
Na gaiola dourada
Como triste e calado enfeite.
Hoje, quando sinto o vento,
Vislumbro nele aragem mágica
A lecionar para ti, cativa,
Os antigos e olvidados mistérios
Do voar livre e contente.
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