terça-feira, 7 de agosto de 2012

A caminho do trabalho

Meu café tem o gosto dos meus dias
Forte, quase sem açúcar e morno.

Abro a porta e vou pelas estradas

Mas antes escuto os passarinhos
Em suas melodias misturadas e próprias

Mas antes vejo a roseira e os beijinhos
Que no orvalho se banham
Como eu nesta manhã banho-me da sorte

Vou pela estrada, livre sigo caminho,
Necessidades desse renascer eterno
E olho no infinito o Sol amanhecer

Penso o que posso nesse dia
E principalmente o que não posso fazer

Não mudarei as manchetes dos jornais
As guerras sempre estarão lá
Em garrafais letras, em horror teatral

E aquele amigo, aquela amiga,
Será que me esqueceram, morreram?
Saudade também vai com o dia meu

Pronto, chego ao trabalho
Escravo, sei que toda poesia deste dia
No caminho ficou e pálida entristeceu.



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