Nas portas das igrejas
Aos que passam
Mostra suas feridas
E roga o ajutório
Reservado aos pedintes
No rosto riscado de infelicidades
Nada mais lembra sua juventude
Em que se trajava de finos tecidos
Sedas vermelhas, cores vivas
Azul cor do céu e alvíssimo branco
Ah, como fora bela, corada
Amada por onde passava!
Hoje, vive ali, sob sol e chuva
A ser lembrada de vez em quando
Em prosa de ilusionistas
Penitente, em desconsolo ela segue
Neste mundo do sofrer e da cobiça
Invisível, amarga e triste
A santíssima Esperança Mendiga.