quinta-feira, 6 de março de 2014

Saudade, dor das dores

A minha vida foi feita de dor - dor sempre
E dor a gente não mostra, somente sente
Dor em altar, exposta, é triste vaidade
É dor que se divide em dores por maldade

Tive dores pequenas e dores enormes
Elas todas me deixaram o peito disforme
Dores de doce amor; doce que ficou amargo
Dores apaixonadas deixadas ao largo

Mas, das dores não há pior do que a saudade
Cravada como cruz na solidão da morte
Dos meus que me largaram em vazia amizade

Mas, se a soma das dores nos tira o norte
É preciso arrumar o bem na atrocidade
A fim de que se ria para se fingir forte.


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