sábado, 24 de julho de 2010

Vento na macega

"Ainda sinto na pele o sol e a lua,
ouço a chuva cair na minha rua,
e a vida ainda me aperta nos seus braços".
Fernanda de Castro in 

"E Eu, Saudosa, Saudosa"


Ame, triste moça! Ame, pobre pirralho!
Amem! Amem ao infinito, jovens e velhos!
A vida afora amar não pode ser algo
Além de daninha erva a espera da sega.

Amem! Proclamem algures e alhures a pessoa amada.
Gritem! Pode ser clamor avulso e perdido na tarde.
Importante que o amor a todos seja gratuita dádiva,
Porque se abrasada, toda macega na ventania arde.

Assim, que nos incendeiem os estrênuos ventos
Por este mundo feito de tumulto e tempestades.
No amor sabemos que não somos bem seguros,
Sem amor somos no mundo o conteúdo do nada.

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