domingo, 29 de agosto de 2010

A polaca na praia

"Nam castum esse decet pium poetam
Ipsum; versiculos nhil necesse est"
Catulo



A tarde dorme em preguiça comprida...
O Sol desenha para si caminho doirado
E a loira onda se penteia sobre o oceano
Com os macios dedos roliços da brisa.

Graciosa como o silencioso voo da gaivota,
A Polaca caminha pela praia de Boa Viagem.
As espumas lambem e lambem as suas pernas
E as salgam. É o tempero do pecado da carne.

Sigo seus passos que se acomodam na areia...
Guia-me ainda o rubro vinco na pele que foge
Da minúscula e apertada calcinha de seu biquíni.

Ela para, junta um búzio e o leva ao ouvido:
- Querido, estás a ouvir ao longe o mar rugindo?
- Não. Só ouço o meu choro por este dia findo.

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