segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O riso dos deuses

Encha-se de cuidados no que for pedido
Aos deuses entediados a rir nos espaços.
Muita luz nos machuca os cansados olhos
E a escura noite ao cego se faz dia claro.

Eu pedi à Fortuna um destino leve,
Remediado no bolso e da cruz liberto
De semear nos campos desta estéril Terra
Algo além do que meu coração quer e cala.

Roguei amor também para beleza da vida.
Mas, nesse artigo os deuses me foram avaros.
Deram-me dias felizes que, felizes, me tiraram.

Por vontade da Sorte sou o guizo dos rufos,
O tolo atrás do vento que a vaidade carrega,
O títere do supremo fastio das deidades.

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