sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O passarinho


Hoje,
O dia amanheceu-me triste.
Vi um passarinho mortinho,
Filhote ainda,
Peladinho,
No chão
Estatelado,
Apeado
De alto
Ninho.

De olhos enormes, ainda fechados,
Provava do destino a eternidade
No sono friorento dos anjinhos.

Morreu ensaiando penugens
No corpinho feito de vidro.

Morreu numa queda,
Sem asas de voar, voandinho.

Morreu sem dar um pio,
Sem na minha janela cantar.

Morreu sem alcançar a beleza,
Sem encantar este feio mundo,
Sem ser de fato passarinho.

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