sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O que és tu?



O que és tu?

Infeliz agregado do pó do Universo;
Junção aleatória dos tristes fulgores
Das estrelas que não deram certo?

Uma reunião de partículas que pensam;
A união de canibalescas células
Numa sociedade delimitada num corpo,
Que nasce e morre sem se explicar?

O que és tu aos olhos da eternidade?

O criador de Deus, ou de Deus a criatura?
Filho do acaso e da combinação
Da água com a poeira das pedras
Que o tempo esmaga e consome?

O que és tu perante teus olhos?

Um desconhecido;
Um colecionador de vaidades,
Inclusive a de não se pensar
Parte deste frágil contexto do incerto?
Ou aquele que apenas se maravilha com a criação,
Não é deus e também não se vangloria
De algum deus ter criado;
Aquele que vive enterrado na raiz da árvore
E se sabe pequeno para entendê-la
Em plenitude e verdade?

Nenhum comentário: