terça-feira, 11 de junho de 2013

Guerreiros da noite

A vida é um combate pesado
Há de se sair de casa todos os dias
Com todos os apetrechos para a guerra
Dar uns tiros, esbravejar
Chamar a cavalaria em desespero
Mas, sabendo que o bom vem depois
Quando voltamos para casa
Como se fôssemos um Odisseu
Que se perdeu nos mares
E lutou com todos os tipos de feras
Inclusive a interior, a pior delas
Voltar para casa e ver Penélope
Em seu fuso, quieta, pensativa
Esticando o fio de suas abandonadas horas
E gritar: "amor voltei! Que saudade!"
Com um sorriso tão contente
Como se tivéssemos ido logo ali
Comprar jornal na esquina
Depois, um abraço, um beijo e alguma raiva
De saber que na manhã seguinte
A trombeta nos deve chamar
Para aquela velho gládio diário
Interminável e totalmente sem juízo
Em que pouco se ganha e muito se perde
Porque há de se lutar sempre
Para se ter o amor na noite novamente
Na guerra que verdadeiramente vale a pena
Onde ninguém morre, muito pelo contrário
E se vive na mais gloriosa das batalhas.

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