sábado, 8 de junho de 2013

Todo dia é Dia dos Namorados

Infelizes, marcamos dias para serem lembrados
Infeliz artifício dos mercados para vender lembranças
Como se fosse possível ter a lembrança em pacotes
Em finos embrulhos de coisas imensuráveis guardadas

Para os casais, seres que optaram pela unicidade
-- Dois em um e para sempre até que o sempre acabe --
Inventaram o Dia dos Namorados, um dia apenas
Nos outros... Ora nos outros dias somos nós mesmos
Sozinhos e esquecidos dos votos de cumplicidade plena

Ser namorado, namorada, nos exige entrega total
Recadinhos de amor escritos com batom no espelho
Cartinhas docinhas dizendo as mais simplórias besteiras
E olhares, muitos olhares de convites para mais tarde

De resto, é viver isso todos os dias, em doação constante e perene
Dar o seu amor ao seu amor sabendo que o amor é dádiva de Deus
E uma das poucas coisas que faz valer a pena esta dura existência.

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