sábado, 17 de julho de 2010

Meu coração

Não mais pulsarás
Vou te congelar
Numa câmara fria
Usando a criogenia
Dos adeuses
Das barregãs perdidas
E das amantes
De um único dia.

Não mais baterás
Pelas belas mulheres
Pelos perfumes alucinantes
Pelo amor terrível
Em outros peitos lascivos.

Não mais sentirás
Encantos
Nos oblíquos olhares
Nos sorrisos dissimulados
Nas formas de feitio feminino
A chamar-me para o pecado.

Serás apenas um enfeite
Da vida meu pingente
Frio como o vácuo das trevas
Inerte como solitária erva
Que alegra este mundo
Porém, estática,
Às criaturas serve de pasto.

Um comentário:

Luciene disse...

Ainda bem que isso é no futuro, né? Se ainda não aconteceu, é possível que desista da tal criogenia...
Beijos