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terça-feira, 16 de novembro de 2010
Espantados
Ando camuflado pela cidade,
Porque desejo ver sem ser visto.
Em meus mimetismos diurnos
Confundo-me com os muros,
Com o cinza dos prédios
E o negro dos asfaltos.
As pessoas passam por mim,
Pisam-me,
Chegam até mesmo a atravessar-me,
Carregadas que vão pelo espanto.
Indiferente, a nada disso ligo,
Não é o meu espectro proposital
Que apavora aos que passam,
Sei que eles se espantam
Com o próprio susto de viver
Que os acompanha.
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