Para deixar de ser gente
Não se carece de ciência ou esforço,
Basta que o sujeito se anoiteça,
Apague a luz e se esqueça.
É bastante que ele não perceba
O alvorecer, o entardecer, o anoitecer,
O Sol e a Lua repetindo caminho;
Que não olhe para nada, nem para si.
Depois, é necessário que ele faça
Uma pesada faxina n'alma:
Não tenha lembranças,
Não tenha amores,
Nada tenha em si guardado.
Que ele tenha a alegria toda
Em desprezo e jogada de lado
Junto com as afeições e afetos;
Não tenha temor e também desejo,
Ira, ódio, paixão e jamais prazer.
Isso feito, que ele siga
Sozinho ao cemitério,
Que se deite numa cova rasa
- Sempre há uma de boca aberta -
E aguarde a doce compaixão
Do humilde coveiro
E a solidariedade dos vermes.
Não se carece de ciência ou esforço,
Basta que o sujeito se anoiteça,
Apague a luz e se esqueça.
É bastante que ele não perceba
O alvorecer, o entardecer, o anoitecer,
O Sol e a Lua repetindo caminho;
Que não olhe para nada, nem para si.
Depois, é necessário que ele faça
Uma pesada faxina n'alma:
Não tenha lembranças,
Não tenha amores,
Nada tenha em si guardado.
Que ele tenha a alegria toda
Em desprezo e jogada de lado
Junto com as afeições e afetos;
Não tenha temor e também desejo,
Ira, ódio, paixão e jamais prazer.
Isso feito, que ele siga
Sozinho ao cemitério,
Que se deite numa cova rasa
- Sempre há uma de boca aberta -
E aguarde a doce compaixão
Do humilde coveiro
E a solidariedade dos vermes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário