segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O jardineiro do Éden

Sem prévio estudo e com muita ira,
Vós me acusais de contraditório.
Sim, sou! Sou isso e muito mais,
Humano, talvez, se assim desejais.

Amigos, somos pura contradição!
Desde o primo ovo aleatório,
O dualismo está a nos condenar
Como a dúvida que  nos anatematiza.

É próprio dos que vivem com a morte
Latente, omnipresente, dentro de si,
Para o bem do própria saúde e juízo,
Este opor-se à evidência condenatória.

Vivemos enquanto morremos é a verdade.
As sobras disso são alucinadas esperanças
Para nos trazer tranquilidade n'alma,
Para justificar esse escândalo a devorar-nos.

Sim, sou humano e necessariamente dual.
Amo já pensando na inevitável despedida.
Creio descrendo porque é o que me resta
Neste Éden abandonado pelo jardineiro.

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