Faço versos como alguém
Que ateia fogo
Ao próprio corpo
E sai tranquilo,
A indesejar os bombeiros,
Com grandes esperanças
De que as chamas só deixem
Da decadente carcaça
Ardente braseiro.
Faço versos como se fosse
Morrer já no minuto seguinte.
Mas, não corro pelas ruas
A anunciá-los
Como se grita os incêndios.
Eles não têm pressa
Porque sabem - e como sabem!-
Que depois de escritos,
Mesmo afixiados em fechados livros,
Estarão a arder pela eternidade.
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