terça-feira, 16 de abril de 2013

Paço da Liberdade

A tarde vem desabando
Devagarinho
E as amarelas luzes
Dos vapores do sódio
No ferro dos postes
Clamam e evocam
Passados séculos
E no toc toc dos sapatos
Sinto perdidos passos
Da moça que passa
E não me vê
Tomo meu café
Diluo-me na fumaça
Do bandido cigarro
E a florista olha ao longe
Também sem me ver
Translúcido
No ar dissipo-me
Em soturnos pensamentos
Saboreando aos goles
A liberdade deste Paço
De ser invisível
O invisível que a tudo vê.



Um comentário:

Ana Coeli Ribeiro disse...

O invisível que a udo vê" Que poema mai lindo Nandè! Amei, como tudo que escreves aqui.
Muita Luz neste dia!
Ana