sábado, 3 de janeiro de 2009

Pedra imaginária

Voir le reflet de l'âme dans la vague

Vagarás por certo nesses incertos dias
Vá por aí, por lá, além mar, meu coração
Variante de minha alma tão estanque

Que fizeste tu ao levar contigo minh'alma
Arrastada pelas tuas mãos nas ruas de Paris?
Que fazes tu com meu espírito por entre teus dedos?

Indefinido, finado em vida - sina minha -
Aguardo tua volta sentado sobre pedra imaginária
Volta e meia estendo o braço e aceno
Para qualquer navio que na neblina passa

Vi teu rosto ontem num quadro de Lautrec
Indefinido, sina minha, nesses olhos fracos
Teu cabelo curto e em movimento
A dançar o último baião do velho Gonzaga

Minhas mãos soltaram-se das tuas
Tu deste um giro sobre o próprio corpo
Desaparecendo nua numa noite de frio

Vagarás, por certo, nesses incertos dias
Vá por aí, por lá, além mar, meu coração
Variante de minha alma tão estanque
Tão distante quanto meu olhar sem ação.

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