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terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Surpresa samba
Gosto de surpresas
Mas, já não as espero,
Elas me estão presas
No que desejei e quero.
Já passei do tempo
Do bom susto com a vida.
Daquele bom tempo
De rasgar-me a carne
Sem temer a ferida.
Vi você no samba,
- Você era a surpresa -
Ao sambar, olhou-me
Em atrevimento,
Em vontade, sem pudor.
Porém, uma antiga tristeza
Dava tristeza a seu rosto
E seu sorriso inteiro
Era a teima em espantá-la.
O samba batia contente
Marcando o compasso
De nossas andanças
Por músicas esquecidas.
Vi as possibilidades...
Desenhei seu belo corpo
No ar com a minha língua
E imaginei... e imaginei...
Ah, samba surpresa!
Tive medo de estragá-la
E fazê-la triste
Depois de nua e amada.
Quero você assim apenas,
Para não lhe perder,
Surpresa e encanto.
Assim somente,
Inesperadamente na língua.
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