sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Bonequinhos de papel

Espero como o profeta
Que espera o fim do mundo
As surpresas do dia
Nunca desesperancei
Mesmo nas piores das horas
Conformado que sou
Com os caóticos
Acontecimentos
Que nos fazem vivos
Mas mesmo assim
Sinto que alguém me ampara
Sinto-me numa roda
A cantar cantigas antigas
Como se ao meu lado fossem
Bonequinhos de papel
Iguais aos que cortávamos
Com imprecisa tesoura
No jardim de infância
Nasceram comigo
E ficam-me grudados
Pelas mãos inseparáveis

Nesta manhã aguardada
Sou expectativas
¿Quem me segurará as mãos
E me levará pela tarde
E por outra noite
E pelo resto da vida?
Há de ser um anjo
Há de ser um anjo!

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