terça-feira, 5 de novembro de 2013

Órfãos e loucos

Quando criança
Fui internado com os loucos
Por engano de uma funcionária do Estado
Preguiçosa e descuidada
Todos órfãos
Um mais goiaba que o outro
Um dia vi que os sãos batiam neles
E vi que havia loucuras maiores
Do que ficar em silêncio num canto
Do que ficar olhando para as paredes
Havia uma loucura maior entre os homens
A loucura do ódio gratuito
Apanhavam e ficavam tentando entender a razão
Mas logo esqueciam da surra
É preciso muito ódio para entender a razão
Um dia falei, tinha também me feito mudo
E os loucos ficaram loucos comigo
Porque lhes tirava o silêncio
E fui banido daquele mundo
Tão sensato, tão real e sincero.

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