sábado, 20 de março de 2010

Amor físico

Fui atraído pela sua singular matéria
Na razão direta de nossas massas
E na razão inversa do quadrado de nossas distâncias,
Tudo isso multiplicado por uma constante
De atração animal e sexual;
De forma empírica, irracional,
Sem equações e validações matemáticas.

Hoje, estudo a termodinâmica de seus beijos
E a hidrodinâmica de sua boca na minha boca.
Perto de você, as batidas de meu coração
Têm brusca variação na aceleração
E se perdem na velocidade e no tempo.

Já quebrei dois termômetros e um calorímetro
Quando fiquei longe de seus olhos em plasma.
Calor, sentia muito calor. O médico disse ser febre,
Inexplicável e delirante febre de amor carnal.

Ao seu lado sinto-me curado
E temo - e como temo! - que tudo termine
No zero absoluto em que as paixões são extintas,
No zero glacial da total ausência de sua energia vital,
No zero representativo do nada em que nos tornamos
Quando do amor somos ausentes ou em tolice dele desertamos.

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