Tenho que colocar ordem em minha vida,
Comprar um pinguim de geladeira,
Subir numa montanha e lá ficar
A ruminar filosofias e outras besteiras.
Deixarei de usar luz elétrica,
A luminosidade da Lua será suficiente.
Jogarei pingue-pongue comigo mesmo
E ganharei de mim, surpreendentemente.
Terei um cão que não come e não late
E cantarei louvores ao pernilongo
Que suga meu sangue empedrado
Pelo frio de um inverno escuro e longo.
Noutro dia, caminharei descalçado no deserto.
Gosto dos meus pés aquecidos
Por grandes andanças e passos perdidos
Neste mundo que por Deus foi olvidado.
Não ouvirei estrelas, delas nada pode ser escutado.
Depois, descansarei nesses infindáveis dias contente
Por meditar naquilo que eu poderia ter sido
Mas que por teimosia sempre tenho desprezado.
Ao morrer, doarei os meus órgãos ao feiticeiro
Para que deles saia alguma mágica desconhecida
Cheia dos caprichos de quem há vivido
A buscar explicações no próprio umbigo.
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