sábado, 5 de fevereiro de 2011

Saudade em meio expediente

Há saudades e saudades.
A pior delas costuma
Fazer meio expediente
No turno da noite insone.

Vem do nada, tristonha
Porque já foi tudo e alegre.
Vem e pelo quarto fica,
Abre o guarda-roupa,
Revira gavetas.
Brinca com coisas mortas
Porque ela se faz viva.

Apanha depois um retrato,
Olha-nos, censura-nos,
Sem dizer palavra alguma.
Ao amanhecer ela se vai
No seu ir com volta marcada.

Embora metade, porém verdade,
Essa saudade vai e leva consigo
Grandes vazios, grandes sonhos
E pior, o beijo, o impossível beijo,
De quem queríamos ter beijado.

Um comentário:

Virginia Finzetto disse...

Muito verdade... bem assim mesmo. Abração, Zé!