Há saudades e saudades.
A pior delas costuma
Fazer meio expediente
No turno da noite insone.
Vem do nada, tristonha
Porque já foi tudo e alegre.
Vem e pelo quarto fica,
Abre o guarda-roupa,
Revira gavetas.
Brinca com coisas mortas
Porque ela se faz viva.
Apanha depois um retrato,
Olha-nos, censura-nos,
Sem dizer palavra alguma.
Ao amanhecer ela se vai
No seu ir com volta marcada.
Embora metade, porém verdade,
Essa saudade vai e leva consigo
Grandes vazios, grandes sonhos
E pior, o beijo, o impossível beijo,
De quem queríamos ter beijado.
Um comentário:
Muito verdade... bem assim mesmo. Abração, Zé!
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