quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Fechado para balanço


Ao final do ano,
Todos deveriam
Fechar o coração
Para balanço.

A conta deve ser feita
Na praia, se possível,
Antes de se pular as ondas,
Numa contabilidade solitária.

E dentre os ativos,
Passivos, imobilizados
E restituições,
Na soma
E subtrações,
O resultado
Esperado
Tem que ser um só:
Saldo negativo,
Um deficit medonho
Ao se saber
Que se deu amor
Além da medida
Desejada e querida
Pelos egoístas sovinas,
Que só amam a si,
Ou talvez, nem isso.

Nesses números finais
Jamais espere
A contrapartida.
O verdadeiro amor
Jamais espera paga,
Deve ser gratuito
E desinteressado.
E depois, na vida,
Em que nos danamos
A acumular bobagens,
Este é o único capital
Do espírito
Que, ao ser dado,
Não se faz prejuízo.

Um comentário:

Vera Nilce disse...

interessante fazer balanço dos sentimentos, eu nao faço, sempre acho que está na medida, se dei foi pq senti vontade e se nao recebi foi por circunstâncias de quem deixou de me dar...entao melhor é curtir o sentimento no dia a dia pq se começarmos a contar podemos começar a querer questionar. Se nao recebo de uma pessoa recebo de outra, o importante é que eu nao deixe de dar carinho qdo sinto vontade. Um belo ano pra vc Nandé