Tenho meus punhos em sangue
De tanto dar porrada
Em pontas de faca.
Quando estendo a ti
Os meus braços,
As minhas mãos,
Pouco quero.
Não quero abraços,
Ou felicitações por ter batido
Naquilo que não tem mais jeito.
Quero sim, um curativo,
Gazes que me estanquem o sangue,
Porque amanhã, bem cedo,
Devo acordar
Para mastigar o arame farpado
A cercar-nos em nós mesmos.
Devo encher de porrada
Esses minutos vazios
A nos determinar o fim próximo.
Lava-me as feridas,
Trata-as levemente,
Amanhã devo amanhecer
Para acariciar o tédio.
Acariciá-lo inteiro
Do único jeito que ele entende:
Na pancada justa e bem dada,
Num certo e certeiro tapa.
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