As crianças da creche,
Da creche vizinha,
Estão num berreiro só.
Esperam Papai Noel,
Balas e doces
São a promessa.
Eu cá, estou só, quieto
A escutar o pregão
Do verdureiro,
A contar os raros carros
Na rua, sob minha janela.
De repente,
Um silêncio e uma única voz:
"Olha o Papai Noel"!
Mais silêncio:
"Olha a melancia"!
As crianças gritam
E meu coração silencia
Porque não mais se assusta
Com a simplicidade da vida
Que flui em sonhado trenó
E na voz do vendedor
De melancias.
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