sábado, 4 de dezembro de 2010

Ouvir a ti

Desejo te ouvir sem essa mania
Minha de adivinhar-te o sofrimento,
Os teus desejos nunca completos,
As tuas inseguranças em sutilezas;
De suspeitar exageros expressos
Em tuas lágrimas em fartura.

Quisera, meu bem e desespero,
Interpretar-te por meio do olhar.
Ao olhar-te apenas entender-te.
Mas não é assim que se decifra
Os mistérios ilógicos da mulher.
Para isso, não há fórmula alguma.

Tenho que parar com essa mania
De ouvir música e as pessoas
Adivinhando as notas e os gestos
Medidos em imponderável partitura.
Quero ouvir como todo mundo,
Surpreso com o que se repete.

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