quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Do jeito que o diabo gosta


Você está do jeito
Que o diabo quer e gosta!
Arrepio em minhas costas,
Quando sinto no peito
Todo o carinho feito
Pelo amor que a gente tem.
Feito na rede ou no chão,
O amor é o amor que se tem.
Vem, me deixe no jeito,
Sem você eu sou ninguém,
Ando que nem sujeito
Que tá co’a alma no além.
Você está no jeito
E lhe quero muito bem.
Amar é meu defeito
Mas só se ama o que se tem.
Vem meu amor pro meu peito
Vem, vai, vem, vai, vem, vai, vem...
Quero-lhe a noite toda
Nua, molhada e doida,
Me dá um beijo meu bem.


Este é um Gabinete Repetido, muito antigo em nossa língua, também conhecido por Martelo Agalopado ou Galope Gabinete, que tem por base uma sextilha de setissílabos, na disposição ABBAAC, seguida de versos de metro variado; o último verso da sextilha (C) tem a rima em "em", repetida a seguir alternadamente. Os cantadores nordestinos costumam terminar os dois últimos versos em "Quem não canta gabinete / Não é cantor pra ninguém".

Nenhum comentário: