terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Inverno

Não.
Não me acuse de ser frio
Não posso ser frio
Frio é seu olhar
Frios são gestos calculados
Amor de hora marcada
Com ofício
Protocolo
E carimbo de recebimento

Junto meu corpo ao seu
Sinto um calor bom
Lá fora tudo é gélido

Levanto, vou à janela
Sopro no vidro
E escrevo um poema
À mais fria das mulheres
De corpo quente e lábios ardentes

Você dorme
Apago o poema
Esqueço a fúria
E procuro seu colo.

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