segunda-feira, 6 de junho de 2011

A atriz ensaia o choro


Teu rosto de porcelana
Branco, branco,
Em contínuo e belo susto.
Cabelos presos...
Andar de bailarina...
Andas pela casa
E eu nem te escuto.
Depois, em sussurros,
Falas baixinho
A ensaiar o texto
Do dramaturgo infeliz
De quem nunca ouvi falar.
Choras, soluças...
É a cena dramatizada
A pedir-te o choro
Que na realidade não existe.
És boa atriz, Polaca,
Mas não me deixa nesta agonia
De ouvir-te representar
A infelicidade de um maluco!


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