Saudade é cangaceira
Que pega o cabra de tocaia.
Traiçoeira, ataca o caboclo
Quando ele está sozinho.
Vem de mansinho,
Sem fazer barulho
E nos fere em fino corte
Com um punhal agudo
Cutucando o coração.
Mas, não chega a matar.
Essa é sua brincadeira,
Infernizar a vida da gente
E armar todo dia, sempre,
Uma nova tocaia
Nos escuros, antes do sono.
A saudade não nos quer mortos,
Ao nos fazer susto,
Ao nos conceder o vazio,
Ela só quer ser lembrada.
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