Era a madre superiora,
Já velha, ainda forte,
Embora austera,
Gostava de palavras ternas.
Apontava para o quadro
E fazia-nos repetir
As esquecidas declinações:
"Rosa, rosa, rosae..."
Na janela do hábito fechado,
Em dia de calor,
Sua boca se movia
Trêmula e indecisa
Ao nos ensinar
Mais uma conjugação:
"Amo, amas, amat..."
Dizem que morreu aposentada
Cultivando jardim imaginário
E chamando os alunos
Para a última lição:
"Rosas amo... Vitam amamus..."
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