segunda-feira, 20 de junho de 2011

Gerações no lixo


Toda manhã sou carregado pela tristeza.
Abro a janela e vejo uma velha senhora
Vestida de trapos a revirar o lixo.
Abre saquinho por saquinho, escolhe...
Dias há, em que suas netinhas a acompanham
No frio, com roupas gastas, desbotadas,
Menores do que o tamanho dos magros corpinhos.
Carregam caixas, restos de outras casas,
Restos de outras vidas menos miseráveis.
Para uma, o futuro nada foi além de sobras,
Para as outras, o futuro será feito de lixo.

3 comentários:

Ana Coeli Ribeiro disse...

Vidas vistas de nossas janelas. Comovente!
Luz
Ana

Prof. José Fernando disse...

O duro é não poder fazer nada. Um dia tentei ajudar. Mas ela recusou. Ficou uma situação horrível. Senti que eu a estava ofendendo com esmolas. Talvez recolher lixo esteja um degrau acima de se aceitar esmola, porque ela entende aquilo como trabalho. Sinceramente, não sei.

Ana Coeli Ribeiro disse...

È verdade amigo,você percebeu bem, já me senti assim,um sentimento de vergonha em ver pessoas catando lixo, ficamos perdidos, não é?
Luz