sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Chamado noturno

Oiço no meio da noite
A voz de antigo amor.
Arrepia-me a pele
Esse chamado noturno.

Benzo-me no sinal da cruz...

Há de ser assombração
De quem se fazia defunta
Na tumba branca caiada
Com a cruz assinalada
Na minhalma esmorecida?

Há de ser ela própria
Em pessoa, a suicida
Que à vida retorna
Para devolver-me
A vida que me tomou?

Acalmo-me, essas hipóteses
Agradam-me sobremodo
Porque nada há de pior
Do que ser chamado
E não escutar o apelo
Da saudade que vai conosco em viagem...
Que vai cansada
De tanto desassossego
Infelicidade e desgosto.

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