sábado, 1 de janeiro de 2011

Sinfonia dos insanos

Pronta está a sinfonia dos insanos.
Ela é composta de longos silêncios
E tem um prelúdio agonizante
Feito dos graves hiatos d'alma.

Nos seguidos movimentos trágicos,
No coro, ela canta a solidão dos escuros,
Dos quartos vazios, do choro contido,
Da lâmina no pulso, dos desatinos suicidas.

Depois segue rápida, pálida, exangue,
Como se fosse o branco do rosto
Da moça que saltou do prédio em chamas.

Ao final se faz espanto contínuo e reflete
Os olhos abertos e estáticos  do morto
Que se assustou com o silêncio da morte.

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