Quisera dormir o sono dos sensatos,
Daqueles que têm a vida como nada,
Porque não se deram conta dela,
Vivem apenas, respiram apenas.
Quisera não ter sabido da morte de um amigo,
Ou de outras coisas que me desagradam.
Ou, na verdade,
Quisera
Desagradar-me
Sem sentir
O desagrado.
Isso, sem senti-lo...
Os sensatos não sentem, calculam.
É preciso de quilos de matemática
Para ser um deles.
Por isso, aprendi muita aritmética
E de nada me adiantou ser amigo dos números,
Minhas contas sempre terminam
Em poesia, em versos das mais absurdas
Geometrias, sem teoremas, sem postulados,
Sem demonstrações algébricas.
Minha poesia é a geometria da linha torta,
Do círculo povoado de tangentes,
Da esfera povoada de gente,
E nela todas as retas terminam
No bem querer, no bem sentir
Que vejo no infinito de teus olhos.
5 comentários:
"Os sensatos não sentem, calculam."
Quanta verdade neste poema. Gostei imenso.
Um abraço
oa.s
E nela todas as retas terminam...Que vejo no infinito dos teus olhos"
Belíssimo! Sua geometria é de linha torta, Sua geometria é "Sagrada"
Lindo, lindo do começo ao fim, não canso de ler e reler, estais espirado amigo!Parabéns!!
Luz
Ana
Falei "Inspirado"
Esse é um daqueles que você começa pensando numa coisa e termina em algo que você nem tinha imaginado.Vem de uma vez só!
Esses são os melhores...Luz
ana
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