sábado, 23 de julho de 2011

A minha revolta usa lantejoulas


Passei do tempo das descobertas
Embora de roupa nova, de pano importado
Certas coisas aparecem-me
Com cheiro de naftalina

Amofinam-me a velha música
Com novos arranjos
A velha trama romântica
Em livro fresco, de tinta fresca

O lixo literário reciclado
O lixo musical reciclado
O lixo de nossos dias
Cada vez mais lixo
Cada vez mais imprestável

Até mesmo minha revolta sorrelfa
Está de vestido novo, dissimulada e sonsa

Vestia-se de trapo quando menina
Hoje, apresenta-se teórica
Com justificativas
E nas lantejoulas, o orgulho das bestas
Que se intelectualizaram.


Um comentário:

Ana Coeli Ribeiro disse...

"E nas lantejoulas, o orgulho das bestas que se intelectualizam"

Nossa amigo! Sua revolta sorrelfa me fez pensar muito. No lixo dos nossos dias, sua revolta tece uma bela roupa de puro linho branco.
Luz
Ana