sexta-feira, 8 de julho de 2011

O Outro

Há um grande engano no outro
Nem sempre o que imaginamos
Como uma perfeita roupagem
Cabe no manequim alheio

Idealizamos coisas e pessoas
Damos a elas nossa imagem
Ideais e semelhanças
- Pequenos deuses fabricando gente -

Por isso dos desenganos, do espanto
Quando alguém não reage
Da forma de nosso gosto e vontade

Haveria, por certo, aqui maior felicidade
Se nós compreendêssemos que o outro
É para se compartilhar e não para se criar.

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Ilustração: Cézanne - Cinco banhistas.

5 comentários:

Ana Coeli Ribeiro disse...

Projetamos no outro o que somos o que esperamos. O caminho da compreensão. "Compartilhar" é a chave, não ?
Luz
Ana

Prof. José Fernando disse...

Compartilhar! Isso significa uma mudança radical em nosso modo de ver as coisas, nunca consegui isso, mas acho possível.

Ana Coeli Ribeiro disse...

Somos demasiadamente egoístas, mas se compreendemos já é um passo de gigante. Não é?

Prof. José Fernando disse...

Na realidade, compreendi isso demasiadamente tarde. Teria evitado muitos dissabores, aborrecimentos, caso soubesse disso, tão simples e prático. Esse soneto ainda pretendo desenvolver mais em poema futuros, acho que não expliquei tudo que queria explicar.

Ana Coeli Ribeiro disse...

Sabe que você é a segunda pessoa que me fala! Só o tempo e a vida para amadurecer. Acho que todos somos assim em virtude de uma educação muito egoista(achamos que somos o centro do mundo)Bem, você vai ter muito que falar mesmo! Não é?
Luz
Ana